Manifesto:
Às professoras e aos professores da UFGD, apresentamos a nova chapa que concorre para a eleição da diretoria do Sindicato para o biênio 2017/2018, denominada Chapa 1 – Unidade, Democracia e Luta.
Sustentamos que a UNIDADE docente é indispensável para o futuro da universidade pública acreditando em um sindicado DEMOCRÁTICO, participativo, horizontal e transparente que, numa conjuntura de sérios ataques aos direitos e conquistas, seja de LUTA opondo-se a um processo de desmonte da universidade pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade.
Entendemos, portanto, que seja fundamental avançarmos em ações unificadas, com toda a categoria docente e demais segmentos da classe trabalhadora. Assim, é essencial o protagonismo esclarecido e crítico de todas/os docentes visando contribuir na luta para alterar a correlação de forças entre o Estado e a classe trabalhadora.
Como fundamento da vida democrática da Seção Sindical, cujo suporte principal é a assembleia como espaço deliberativo e determinante para a unidade na luta docente, o movimento requer a sua autonomia frente ao Estado, aos governos, às administrações universitárias e aos partidos.
E, para além de nossa organização interna, na busca de efetivar a democracia em nossa universidade e em nossa sociedade, é fundamental o estreitamento da relação com os movimentos sindicas, estudantis, sociais e populares, com os quais devemos nos organizar de forma solidária e lutar na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Em resumo, defendemos que o Sindicato ADUF-DOURADADOS atue estreitamente no cotidiano do trabalho docente da UFGD e junto ao Andes-SN, defendendo e construindo UNIDADE, DEMOCRACIA E LUTA!
Unidade:
Democracia:
Luta:
“Perguntas frequentes”
A) É muito comum a ideia de que os sindicatos agem por interesses “políticos” e que, por isso, estariam a serviço de partido X ou Y. Entendemos que toda defesa de posições e de projetos é “política” e, portanto, toda ação sindical tem necessariamente esse caráter. Quanto a estar a serviço de um partido, entendemos que essa não é a função dos sindicatos. Associados ligados a partidos têm evidentemente todo o direito de intervir e atuar no interior do sindicato, mas isso não elimina o fato de que é uma entidade de defesa das demandas da categoria, não importando o governo em questão. No caso do sindicato dos docentes das instituições do ensino superior, nas últimas décadas, mobilizações e greves foram construídas durante todos os governos federais – e, no que se refere à política recente de corte de gastos, o Andes vinha denunciando esta tendência desde o governo Dilma.
B) É muito comum a ideia de que os sindicatos são entidades burocráticas distantes do conjunto da sociedade e mesmo de seus representados. De fato, nossa legislação coloca os sindicatos como estruturas burocráticas de representação de classe, tuteladas pelo Estado, que define aspectos importantes da vida sindical (critérios de representação por regiões e categorias, contribuição financeira obrigatória, limites de atuação). A tutela estatal é tão forte que sindicatos podem, no limite, ter uma existência burocrática normal mesmo que seus “representados” sequer saibam onde é a sede da entidade, o que explica, em parte, o descrédito do sindicalismo atual. Felizmente, nossa representação sindical nacional, o Andes-SN, possui uma posição crítica a essa estrutura sindical, rejeitando, inclusive, o recebimento do imposto sindical compulsório e vivendo exclusivamente de contribuição voluntária dos seus associados. Mas precisamos ir além, buscando cotidianamente o envolvimento amplo de docentes nos debates e nas instâncias decisórias.
C) Estudantes, legitimamente preocupados com seu futuro próximo, têm feito essa pergunta de forma recorrente nas últimas semanas. Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a greve é resultado de uma construção coletiva complexa – e, portanto, não depende apenas da vontade das direções sindicais, de grupos políticos e muito menos de pessoas isoladas.
D) Nosso grupo tem uma posição muito clara de que a greve é um instrumento legítimo para as diversas categorias de trabalhadores. Por isso, repudiamos qualquer tentativa de deslegitimar essa forma de luta por melhores condições de vida e trabalho, inclusive com a crescente ameaça de corte de ponto de grevistas. Os direitos trabalhistas que temos atualmente reconhecidos (e agora ameaçados) – férias, 13º salário, descanso semanal, jornada de 8 horas – resultaram de reivindicações que só foram ouvidas e minimamente atendidas após sucessivas greves – muitas delas “derrotadas” se consideradas isoladamente.
E) Defender a greve como instrumento legítimo não significa ser favorável a greve em qualquer situação. Pelo contrário, uma forma de potencializar o instrumento é utiliza-lo nas formas e momentos adequados, avaliando as condições existentes em cada contexto e repensando continuamente as formas de mobilização grevista – buscando estratégias que possibilitem maior pressão sobre o governo, maior visibilidade na mídia e o menor impacto possível sobre os grupos que constroem a universidade conosco, sobretudo estudantes. É evidente que a greve traz prejuízos – caso contrário, não surtiria efeito – mas é preciso canaliza-los ao máximo para aqueles que desejamos pressionar. Por isso, apesar da decisão de deflagração da greve ser uma prerrogativa da categoria, entendemos que é preciso o máximo diálogo na sua construção – e, em caso de deflagração, garantir que, ao seu término, as vozes dos estudantes sejam efetivamente ouvidas na definição do calendário de reposição.
F) Na conjuntura atual não faltam motivos para a deflagração de uma greve, não somente dos servidores da educação, mas uma greve geral de todas as frações da classe trabalhadora do país. No entanto, uma greve não se sustenta apenas pela justeza de seus motivos. É preciso a efetiva mobilização da categoria em torno da pauta de reivindicações e a disposição para defender sua legitimidade junto à comunidade universitária e ao conjunto da população. Por um lado, uma greve esvaziada dificilmente obterá resultados positivos, além de desgastar a categoria. Por outro, os estudantes secundaristas e universitários, sob o lema “Ocupar e resistir”, estão mostrando que é possível exercer pressão e ganhar visibilidade, mesmo sem uma greve deflagrada – e, por isso, antes de um “sim” ou “não” sobre a greve, precisamos mobilizar e ocupar espaços para construí-la concretamente.