O dia foi marcado por intensas atividades, como o lançamento da Frente em Defesa das IES Públicas e o seu manifesto, na UERJ
Centenas de docentes, técnico-administrativos em educação, estudantes, reitores e entidades da educação e científicas, movimentos sociais, sindicais e populares, e sociedade em geral, participaram nesta quinta-feira (19), no Rio de Janeiro, do “Dia Nacional em Defesa da Educação Pública” para intensificar a luta em defesa das universidades municipais, estaduais e federais, Institutos Federais e Cefets e, também, dar visibilidade nacional à luta em defesa das instituições de ensino superior (IES) públicas. A mobilização teve início, de tarde, com o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas, na Concha Acústica do campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Logo após o lançamento da Frente, foi divulgado o manifesto – assinado por diversas entidades que lutam em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade -, e distribuído no local e na passeata realizada em seguida. O manifesto alerta para a ameaça que paira sobre Educação Pública e para a necessidade de deter esse processo. “A educação pública, em seus diferentes níveis, vem recebendo intensos ataques no sentido da desestruturação do seu caráter público, gratuito, laico e socialmente referenciado. […] Nossa tarefa é fazer reverberar a luta em defesa das instituições públicas de ensino superior em todas as regiões, criando frentes estaduais conjuntas com todos os níveis da educação pública, pois a luta é a mesma!”, clama o documento.
Na ocasião, uma intensa agenda de mobilização foi aprovada para ampliar o movimento em defesa das universidades públicas e levar a pauta do desmonte da educação pública para a sociedade. Serão realizadas atividades no próximo dia 27 – dia de Lutas em Defesa do Funcionalismo Público -, 10 de novembro, no Dia Nacional de Lutas, Mobilizações e Paralisações, realizado à véspera da entrada em vigor da contrarreforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e 25 de novembro – que marca o Dia Latino-americano e Caribenho de Luta Contra a Violência às Mulheres.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, presente na atividade da Frente, destacou a necessidade do calendário de lutas para barrar as contrarreformas do governo de Michel Temer, que atacam os trabalhadores, as instituições de ensino superior públicas, a pesquisa, a Ciência e Tecnologia e o conjunto dos serviços públicos. “Vivemos um contexto de salários atrasados, promoções e progressões congeladas, aumento da alíquota da contribuição previdenciária e imposição de carreiras prejudiciais aos servidores. Precisamos organizar esse calendário de lutas no qual, no dia 27, os servidores públicos ocupem as ruas, e que culmine no dia 10 de novembro num grande dia de lutas, com greves e paralisações “, disse.
No final da tarde, no ato SOS Educação, os manifestantes saíram da Uerj e percorreram as ruas da cidade até a Praça da Bandeira. No trajeto, foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar com bombas e gás lacrimogênio. Alguns manifestantes se machucaram.
(Imagens de Luiz Fernando Nabuco (Aduff-SSind)
UERJ:
As IES de todo o país vêm enfrentando ataques e cortes de orçamento nos últimos anos. A Uerj vive a maior crise na sua história e o campus da universidade foi escolhido como local do lançamento da Frente e do ato devido, justamente, à situação preocupante da instituição. Os docentes estão em greve, por tempo indeterminado, desde o dia 3 de outubro, mais uma vez, em decorrência dos salários atrasados. O 13° salário de 2016 não foi pago até o momento e há pendências nas bolsas de pesquisas de mestrandos e doutorandos. A situação já havia motivado uma paralisação em agosto.
Docentes das demais universidades estaduais do Rio de Janeiro – Uezo, Uenf e Faetec – também estão sofrendo com ao atraso nos salários e desmonte das instituições e, devido a essa situação, também estão em greve.
Eblin Farage avaliou positivamente as atividades do 19, que contou com o lançamento da Frente e do manifesto e a realização da passeata. “Reunimos um grande número de entidades e movimentos para este ato simbólico. O nosso desafio, agora, é fazer com que a Frente possa cumprir um calendário em defesa da educação superior pública e que agente possa criar as frentes estaduais em defesa das IES públicas com o desafio de nos estados articular com a Educação Básica”, afirmou a presidente do Sindicato Nacional lembrando que o manifesto está aberto para as demais entidades assinarem.
Com informações da Aduff SSind. e Agência Brasil. Imagens de Luiz Fernando Nabuco (Aduff-SSind).
Fonte: (ANDES/SN)