Na última segunda-feira (30) os estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) organizaram o 1º Seminário de Assistência Estudantil dos Estudantes da UFGD. O evento aconteceu de manhã, tarde e noite na Unidade 2 e contou com a participação da ADUFDourados e com a Coordenadoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (COAE).
A programação foi dividida em mesas, grupos de trabalho e plenária final. Na manhã do dia 30 os estudantes debateram “Qual universidade nós queremos?” e os grupos de trabalho: 1) Bolsa Permanência e Alimentação, 2) Moradia Estudantil e 3) Transporte. Na parte da tarde o debate foi norteado pelo tema “Assistência Estudantil na UFGD: Estrutura e burocratização”, com os grupos de trabalho: 4) Avaliação socioeconômica e burocratização, 5) Saúde e Assistência a mães e pais de estudantes e 6) Esporte, cultura e lazer e apoio pedagógico. À noite foi realizada a plenária final para sistematização dos encaminhamentos.
Os estudantes enfatizaram que a assistência estudantil e a permanência são direitos dos estudantes e não “esmola” distribuída pela universidade/governos. O movimento estudantil da UFGD criticou o valor de R$ 400,00 das bolsas, pois não acompanham a inflação e são insuficientes para garantir a permanência e a assistência dos estudantes da UFGD. Com o valor baixo das bolsas os estudantes são obrigados a fazer diversos trabalhos informais para poderem se manter na universidade.
Outra crítica levantada pelos estudantes é a resolução 118/2016 da UFGD que trata especificamente da bolsa permanência e que proíbe o acúmulo de bolsas, principalmente a do PIBIC (Bolsas de Iniciação Científica). Na opinião dos estudantes a medida desestimula e prejudica a participação dos estudantes que dependem da assistência estudantil na produção científica.
Um dos argumentos contrários de acordo com os estudantes é a possibilidade de fazer pesquisa como voluntário, porém as pesquisas trazem gastos extras para os estudantes, dificultando ainda mais a participação dos acadêmicos que necessitam de assistência estudantil. Outra questão levantada pelos estudantes é de que alguns cursos de pós-graduação diferenciam a pontuação dos estudantes de PIBIC bolsistas e voluntários.
O professor Arthur Ramos do Nascimento da COAE/PROAE/UFGD concordou com a posição dos estudantes em relação ao acúmulo de bolsas e assumiu compromisso de apresentar esta reinvindicação para a PROAE. Arthur também apresentou para os estudantes uma proposta de modificação na avaliação socioeconômica da UFGD, deixando de acontecer em períodos específicos para fluxo contínuo.
A ADUFDourados defendeu que assistência estudantil e permanência não é apenas assunto e demanda estudantil, mas deve ser um compromisso e uma defesa de toda a comunidade universitária. Pois, sem a política de assistência estudantil e permanência, a universidade não consegue ser plural e democrática, onde apenas os filhos dos mais ricos conseguem se formar.